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Pátio Victor Malzoni

Pátio Victor Malzoni
Erguido sobre uma construção tombada, o edifício tem um vão protetor de 44,4 metros e superfície refletora, que convida à reflexão Foto/Imagem:Livia Haliski

História refletida

Em plena cidade de São Paulo, uma humilde construção com estrutura de taipa de pilão pintada de branco e datada do século 18 se encontra protegida por uma imponente edificação moderna, o Pátio Victor Malzoni, que a circunda, tomando todo um quarteirão da Avenida Brigadeiro Faria Lima. A arquitetura parte da necessidade de manter essa antiga construção bandeirista, tombada em 1982 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), e, ao mesmo tempo, construir uma nova edificação no local. A solução encontrada pelos arquitetos da Botti Rubin Arquitetos Associados, responsáveis pelo É um prédio ímpar, diferente dentro da cidade de São Paulo. Sem dúvida, um marco visual na avenida Alberto Botti projeto, foi protegê-la em um vão central de 40 m de largura. “A altura mínima exigida era de 30 metros, mas como já existia uma viga, ampliamos para 60 m. O resultado é um vão imponente, que preserva a área total exigida por lei – respeitando uma distância de dez metros ao redor da casa, inclusive o espaço aéreo dela – e ainda oferece visibilidade à construção”, expõe o arquiteto Alberto Botti.

Para abrigar de forma harmoniosa a casa Bandeirista, que precisou ser restaurada – uma exigência para que o moderno edifício existisse –, uma torre dividida em três blocos ganhou proporções grandiosas. São 20 mil m² de terreno, 73,3 mil m² de área privativa, dois blocos maiores com 19 pavimentos e o central, com 11. Interligando esses dois edifícios, uma grande ponte com 30 metros de altura vence 44,4 m de vão. A interligação equivale a um prédio de 10 andares que sustenta mais 11 andares acima.

Os arquitetos também desenharam um pórtico tão grande que permite visualizar e servir de acesso à casa restaurada. Por essas e outras medidas, o Pátio Victor Malzoni é o maior empreendimento comercial da capital paulista. Tem, ainda, o padrão Triple A e certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design). “É um prédio ímpar, diferente dentro da cidade de São Paulo. Sem dúvida, um marco visual na avenida”, opina Alberto Botti.

O vão

Para vencer o imenso vão, foram necessárias quatro vigas, sustentadas por oito pilares de estrutura metálica. A obra pediu, ainda, a construção de uma parede diafragma que consumiu 8.000 m³ de concreto, o equivalente à quantidade utilizada em um prédio de 25 andares. Tais proporções valorizam a estética da construção e interligam, visualmente, casa histórica e uma das mais imponentes avenidas da capital paulista. Abaixo, o subsolo de seis andares configura o estacionamento com 2.500 vagas para carros. Além de dispor de tomadas para carros elétricos, a área reserva espaço para um bicicletário.

Pátio Victor Malzoni - História refletida
A fachada é revestida por cerca de 15 mil painéis de vidro ACM refletivos, formando um espelho Foto: Livia Haliski

Vidros contam história

Privilegiada, a construção histórica é refletida nas paredes do novo prédio, revestido por cerca de 15 mil painéis de ACM refletivos, formando um espelho. Dois tipos de vidro foram utilizados: um em tom de azul-claro com alto desempenho no controle de calor e luz, usado para rechear o vão; o outro, na cor azul-escura, reveste a alvenaria de vigas e colunas. Como esta área é uma passagem livre para pedestres, com acesso à casa bandeirista, também é possível ver o reflexo do movimento da calçada e da avenida Brigadeiro Faria Lima.

“A solução cria diversos reflexos que evidenciam a Casa Bandeirista”, afirma Botti. Além do efeito estético na fachada unitizada, o material melhora a iluminação interna e controla a entrada do calor externo, reduzindo o consumo de energia elétrica com ar-condicionado e, consequentemente, o impacto ambiental.

Botti elenca as vantagens da utilização do material em grandes fachadas como a do Malzoni: “Econômico, o vidro pode ser comparado financeiramente ao granito, com a diferença de oferecer unidade ao contexto e, ao mesmo tempo, permitir fácil limpeza e manutenção ao longo do tempo”. A utilização de perfis especiais permite a substituição dos vidros da fachada de forma simplificada. Isso acontece porque o perfil se encaixa na esquadria sem a necessidade de fixação mecânica do vidro, sendo apenas colado.

Mais soluções verdes

As soluções sustentáveis também fazem parte do funcionamento do edifício projetado para evitar o desperdício de água. Para isso, um moderno sistema de tratamento e reutilização reaproveita 200 m³ de água das chuvas nos lavatórios e na rega diária dos jardins internos e externos. Luminárias de alta eficiência e escadas rolantes inteligentes também contribuem para redução de gastos. A torre A tem estrutura interna igual, com exceção de um café com teto-verde, um verdadeiro jardim, que valorizam o projeto paisagisticamente e ainda contribui para amenizar e melhorar o ambiente urbano. Entre os vários benefícios, estão a diminuição da temperatura ambiente e a absorção de águas da chuva. Já a torre B ganhou um espelho d'água que leva até o restaurante, tornando o percurso infinitamente mais agradável. Já o controle de segurança prevê o acesso monitorado desde as garagens até o prédio, com controles individuais e de acesso aos pontos principais.

Escritório

Botti Rubin13 projeto(s)

Local: SP, Brasil
Início do projeto: 2008
Conclusão da obra: 2013
Área do terreno: 20.000
Área construída: 170.86115

Tipo de obra:
Edifícios comerciais
Tipologia:
Comercial

Materiais predominantes:

Diferenciais técnicos:

Ambientes e Aplicações:

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