Preservação da memória
Texto: Ana Marquez
O moinho com mais de 100 anos de história foi revitalizado e deu lugar à Residência Moinho, que faz jus ao nome. Realizada pelo escritório GP Arquitetura, a casa ocupa um ambiente repleto de paisagens naturais, típicas da região leste do Paraná. “Tendo em vista o equilíbrio entre as necessidades de reforma e ampliação, a preservação das técnicas construtivas e a conservação da memória afetiva existente no local, preservamos o entorno e construímos uma residência de 720 m²”, conta o arquiteto Gustavo Pinto.
O escritório avaliou a estrutura da construção existente, reaproveitando na reforma pilares, vigas, pisos e vedação, todos de madeira, mantendo a identidade da construção. Posteriormente, o moinho ganhou função residencial.
Interiores
“Para resgatar a memória da casa, foram deixados no seu interior alguns elementos que remetem às funções originais do moinho, como maquinários, rodas de madeira e revestimentos de parede de pedra e madeira, que ajudam também na organização dos espaços”, explica o arquiteto. Além disso, o profissional incorporou uma construção anexa com estrutura de concreto e alvenaria.
Novos móveis foram projetados, respeitando o estilo rústico da morada, para que o antigo e o recente ficassem distintos. Dentre eles, uma estante de madeira com nove metros de altura posicionada no centro da estrutura. Muito expressiva, ela nasce no piso do subsolo, atravessa o térreo, as vigas de madeira do piso superior, e ainda apoia as tesouras do telhado.
“O resultado final é percebido no conforto e aconchego da residência, no cultivo da memória do ambiente e sua estrutura original de pedra e madeira e na inserção dos elementos contemporâneos”, finaliza.