Atmosfera envolvente
Texto: Nuri Farias
Para reformar o Apartamento Jardins – um imóvel de 40 anos localizado em São Paulo – o arquiteto Kleber Arigucci inspirou-se na arquitetura modernista brasileira. De acordo com ele, o principal objetivo do projeto foi reforçar a estrutura original, deixando o concreto aparente.
No projeto de interiores, buscou-se criar espaço simples, mas sem abrir mão da sofisticação. O mobiliário destaca-se com peças assinadas pelos designers Jorge Zalszupin, Giuseppe Scapinelli e Jader Almeida, além de obras da arte da artista Bettina Vaz Guimarães. “Esses elementos formaram uma estética limpa, mas com elementos pontuais”, comenta Arigucci.
Demolir para integrar
O antigo apartamento de 140 m² era compartimentado e com todos os revestimentos originais de obra. A solução foi demolir parte das alvenarias para integrar os ambientes, substituir o que já existia e usar materiais de fácil manutenção – os grandes pilares de concreto aparentes foram mantidos para respeitar o projeto original. “As prumadas de hidráulica também foram respeitadas, fizemos apenas uma atualização de materiais”, conta o arquiteto.
A demolição de um dos dormitórios permitiu aumentar a suíte principal, além de transformar as salas de almoço e de jantar em um único ambiente, que também pode se integrar com a cozinha. Esta, por sua vez, pode se abrir totalmente ou se resguardar por meio de um painel de correr vazado de madeira pau-ferro. Essas aberturas quadriculadas permitem ventilação cruzada entre a área social e a de serviço e reduz o uso do ar-condicionado.
A cozinha pode se integrar com a sala de jantar por meio de um painel de correr vazado de madeira pau-ferroFoto: André Mortatti
Duas suítes foram integradas para criar um grande espaço íntimo com o escritório residencial e um pequeno estar para descanso.
Uma caixa de madeira que contorna a janela da sala de estar forma um banco na parte inferior para sentar, ler, conversar ou passar o tempo.
Mobiliário
No Apartamento Jardins, o concreto e a madeira – materiais predominantes no projeto – são usados em todos os ambientes. A paleta de cores neutras e o mobiliário assinado por renomados designers criam, por sua vez, uma atmosfera envolvente.
O toque clássico fica por conta dos móveis do ano de 1960 de autoria de Jorge Zalszupin, arquiteto e designer polonês naturalizado brasileiro, e de Giuseppe Scapinelli, designer italiano. Já as peças do designer brasileiro Jader Almeida ficam responsáveis por trazer contemporaneidade ao projeto.
As obras de arte da artista brasileira Bettina Vaz Guimarães trazem harmonia, colorido e delicadeza.