Casa Falcó
Texto: Juliana Nakamura
A Costa Brava, na Espanha, é um destino turístico bastante valorizado por suas enseadas rochosas, pelas praias ensolaradas e pela vista estonteante do mar Mediterrâneo. Para proteger essa beleza natural, as administrações locais impõem rígidas restrições para as novas construções. O objetivo é permitir que o desenvolvimento urbano ocorra de modo controlado, sem comprometer a paisagem. Foi nesse contexto que os arquitetos do escritório brasileiro Stemmer Rodrigues projetaram a Casa Falcó, em um terreno em declive em Sant Feliu de Guíxols, a cerca de 100 quilômetros de Barcelona.
A primeira diretriz que pautou a concepção da casa de 1.075 m² foi criar um desenho que pudesse se mimetizar com o entorno. Ao mesmo tempo, era preciso atender o desejo do cliente que ansiava por uma construção com linguagem moderna e marcante. A solução para compatibilizar tais demandas se baseou em formas sóbrias, com grandes marquises em balanço, uma estrutura esbelta de concreto branco e linhas curvas em referência às ondas do mar.
A casa ocupa uma fração pequena do terreno de mais de 5 mil m². Em atendimento às exigências da legislação local, a planta se organizou em dois volumes interligados por uma sequência de painéis construídos com galhos de eucalipto. Funcionando como brises, o ripado sinuoso proporciona proteção contra a insolação. Ao mesmo tempo, ele permite o aproveitamento da luz natural que, ao longo do dia, cria diferentes jogos de luz e sombra nos ambientes.
Um dos blocos recebeu as áreas de convívio social com aberturas generosas para a vista. No segundo volume foram implantadas as suítes. Piscina, ofurô, sala de ginástica e mais suítes para hóspedes foram alocadas no pavimento inferior. Para aproveitar a melhor orientação solar, os ambientes mais nobres, como living e dormitórios, estão voltados para o sul.
A cobertura da Casa Falcó prevê jardins com espécies nativas, suavizando a visão da construção por quem passa pela estrada morro acima. “O projeto é cercado de preocupações e ações para criar algo amigável com o entorno. Por isso mesmo, temos um volume tão horizontal, com linhas leves, e uma taxa de ocupação baixa”, explica o arquiteto Paulo Henrique Rodrigues, diretor-executivo do Stemmer Rodrigues.
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