Quebra de paradigmas
Texto: Ian Vieira
A escolha de materiais arquitetônicos que destoam daqueles tradicionalmente empregados em ambientes hospitalares torna-se o elemento principal deste projeto. Ao mesmo tempo, trata-se de um programa adaptado ao prédio existente com peculiaridades marcantes do início dos anos 2000 para edificações da natureza Medical Center.
“Inserimos novas tecnologias que não perderam a relação com o que preconiza a Vigilância Sanitária. Apostamos em cores, desenhos e acabamentos que fogem ao convencionalmente utilizado nos hospitais. Pensamos na proximidade com soluções tão exploradas na hotelaria e que proporcionam conforto e bem-estar. O espaço físico atua como componente da recuperação do paciente e as suas soluções influenciam diretamente o paciente, o corpo clínico e o funcional”, explica a arquiteta Márcia Zancanaro.
Daí a especificação de pisos com formatos não lineares e tonalidades diversificadas; o proveito de espaços formados por mobiliário convidativo e estrategicamente bem composto; e o uso adequado de esquadrias de vidro que permitem a entrada de luz e ventilação natural em muitas áreas do hospital.
“Para as áreas de UTI e Centro Cirúrgico, bem como a dos pavimentos, buscamos a relação com a área exterior que foi valorizada a partir de terraços com jardins verticais que permitem a vista privilegiada da baía sul de Florianópolis”, complementa.
Adequação com hospital em plena atividade
Para a ampliação do Hospital Baía Sul (HBS), a proposição foi de uma nova linguagem, aliada a materiais diferenciados como aço, drywall e steel frame. A nova edificação integra-se ao complexo de saúde em funcionamento há cinco anos. Uma expansão que resulta em nove salas cirúrgicas de média e alta complexidade e 95 leitos – 15 deles de UTI.
“As estruturas metálicas, por exemplo, foram fundamentais à medida que agilizaram a obra com peças estruturais que chegaram prontas e projetadas com medidas adequadas para o transporte e montagem. Já as lajes que conformaram os novos pavimentos tiveram execução em steel deck com dimensões que facilitaram a compatibilização com as áreas existentes, atendendo as solicitações da Prefeitura no que se refere à altura dos andares e instalações de infraestrutura”, conta.
Zancanaro também destaca as paredes internas em drywall que reduziram a sobrecarga e permitiram mais flexibilidade para alterações de layout.