Harmonia viva
Texto: Marina Cabral
Uma antiga residência localizada na Pompeia, em São Paulo, passou por um retrofit para dar lugar à nova loja do designer de móveis Fernando Jaeger. A morada, com grandes janelas e pé-direito alto, tinha como destaque o jardim nos fundos com uma frondosa jabuticabeira e a bela vista para o SESC – que deveria ser preservada.
Pensando na exploração da área externa a partir do interior da residência, a equipe do SuperLimão Studio – escritório de arquitetura responsável pela revitalização do imóvel – procurou manter os belos arcos de tijolos e o vigamento de peroba, e criou espaços amplos e integrados com pé-direito irregular. “Foram removidos assoalho de madeira, forro e diversas paredes. As vigas estruturais do assoalho retirado foram utilizadas como pilares, que têm por função transferir as cargas do telhado diretamente para os baldrames de tijolos. Esse novo uso permitiu a remoção das paredes, que resultou em dois grandes salões rebaixados, revelando grandes pés-direitos existentes, mas antes não expostos”, explicam os arquitetos que também destacam a alvenaria descascada e o assoalho no eixo de circulação principal, que foi mantido.
Galpão moderno
Para abrigar as peças do artista, um grande galpão foi erguido com estrutura metálica nos fundos do terreno – ligado à casa pela área verde e extensa rampa de entrada. “A implantação dessa nova edificação valorizou o eixo que está alinhado com a chaminé do SESC Pompeia. E para não perder este charmoso detalhe, criamos três grandes portas basculantes que integram o interior do galpão ao grande jardim”, ressalta a equipe.
Alguns elementos mais modernos foram aplicados na casa, para que ficasse em harmonia com a nova edificação. “Eletrocalhas, guarda-corpos metálicos, grandes portões de ferro e piso de cimento queimado foram incorporados”.
Soluções sustentáveis
O projeto foi concebido para aproveitar ventilação e iluminação naturais, garantindo eficiência energética e economia à edificação. “Também implantamos reuso de materiais, captação de água de chuva e a iluminação com lâmpadas LED”, concluem os arquitetos.